Há 12 anos atrás, na França acontecia a Copa do Mundo. Os melhores jogadores do mundo desfilavam seu talento pelos campos da terra da Torre Eiffel e do Arco do Triunfo. E esses mesmos jogadores eram perfeitamente retratados no álbum de figurinhas oficial da Copa.
Eu, na plenitude dos meus 11 anos, naquela fase de transição entre a infância e a adolescência, deixando os brinquedos de lado e começando a me interessar mais pelas menininhas. O pouco de dinheiro que eu conseguia juntar naquela época de colégio era para o lanche.
Porém quando o álbum da Copa foi lançado, todos os meus recursos financeiros se voltaram para tal. Comprava pacotes e mais pacotes de figurinhas, mas mesmo assim não consegui completar a coleção.
Quatro anos depois, a Copa era na Coréia e no Japão e eu, dessa vez com 15 anos e já em plena adolescência, mais uma vez colecionei o álbum e mais uma vez não completei.
Em 2006 eu já tinha meus 19 anos, recém saído da adolescência, não tive vontade de colecionar o álbum da Copa da Alemanha. Alias, não me lembro de ter visto ele nas bancas, parece que foi mal divulgado, sei lá.
Agora com a chegada de mais uma Copa do Mundo, dessa vez na África do Sul, o álbum oficial virou uma febre entre os jovens e os não tão jovens assim. Está chamando tanta atenção, que a distribuidora das figurinhas foi assaltada em São Paulo e milhares de cromos foram roubados. Eu mesmo, agora em versão 2.3, me empolguei pra colecionar novamente um álbum de figurinhas, após 8 anos.
De certo bateu uma nostalgia e logo me vi na banca de jornal, meio constrangido, perguntando ao jornaleiro se tinha figurinha da Copa. Pensando em falar que era para o meu irmão mais novo ou algo parecido. Mas aos poucos fui vendo que não só eu juntava, mas pessoas mais velhas que eu também, inclusive o Beto Silva do Casseta & Planeta, que fez um belo post no blog dele no site do grupo sobre isso.
Assim eu vi que não tem nada haver ficar com vergonha por estar colecionando o álbum. Não estou fazendo nada de errado, apenas cultivando um hábito que me acompanha desde a infância e que se agrava também pelo fato de eu ser apaixonado por futebol. Vou tentar dessa vez completar a coleção, mas sem gastar todo o meu suado salário.
Não tenham dúvida que na próxima Copa, aqui no Brasil, eu estarei colecionando o álbum, com 27 anos, porém com o mesmo prazer de abrir um pacote e ver aquele jogador raro e a sensação inversamente proporcional ao se deparar com aquela repetida, que engrossa um bolo de figurinhas, sempre repleto.
Por enquanto é só pessoal!
Até a próxima!