Quando há mais de vinte anos atrás, dentro do então emergente rock brasiliense havia uma banda chamada Aborto Elétrico, que mais tarde deu cria ao Legião Urbana e o Capital Inicial. Entre suas músicas, hoje em dia clássicos do punk-rock tupiniquim, destaco uma em especial: "Geração Coca-Cola", composta pelo jovem e até então desconhecido Renato Russo, essa música virou de fato o hino daquela geração.
Protestando contra a máxima de que a TV é o ópio do povo ("Nos empurraram com os enlatados dos U.S.A., de nove as seis") e contra a intensiva propaganda americana ("Desde pequenos nós comemos lixo Comercial e industrial"), se iniciava ali uma nova geração ("Somos os filhos da revolução, somos burgueses sem religião, somos o futuro da nação, geração Coca-Cola"). Filhos da Revolução de 64 (como era chamado o Golpe militar), aquela geração revolucionária mudaria o mundo ("Suas crianças derrubando reis, fazer comédia no cinema com as suas leis") e de fato mudou. A Ditadura Militar foi enfim deposta em 1985, depois de anos de lutas que vitimaram milhares de jovens estudantes brasileiros. A democracia estava de volta e do período negro da história do país ficou pra trás, apenas nos estudos e sátiras feitas posteriormente.
Agora em 2007*, como que são os “netos da Revolução"? Vivemos em um clima bem diferente daqueles de meados dos anos 80. Corrupção sempre houve na história desse país (sic), mas nunca esteve tão à mostra quanto nos últimos anos. Quase todo mês estoura um novo escândalo envolvendo pessoas, que quando os "filhos da Revolução" pediram eleições diretas em 1983, no chamado movimento das "Diretas Já" (que só ocorreria de fato em 1989), passaram a ser escolhidas pelo povo, como os Senadores e Deputados. Uma vez eleitos popularmente, muitos se esquecem de quem os colocou lá e passam armar para encherem os seus bolsos (e até cuecas) de dinheiro, enriquecendo a custa do trabalhador. Parece que fomos engolidos pela Democracia que tanto queríamos... mas ainda há esperanças, porque o jovem brasileiro, mesmo estando menos interessado como os de décadas atrás, ainda conseguem se reunir e reclamar os seus direitos e como se sabe, cedo ou tarde essas reclamações chegam há algum lugar.
*(época em que escrevi o texto, em 6 de agosto de 2007)
Tá certo então pessoal!
Até a próxima!!!
Ah,como eu invejo a geração de 68... Eles sim eram engajados! O nosso problema é que já nascemos com tudo pronto,sem ter sobre o que lutar. Por isso a grande maioria se interessa por tantas coisas supérfluas. Temos a liberdade e não sabemos usá-la.
ResponderExcluirComo disse a comentarista anterior, temos hoje a liberdade em nossas mãos e não sabemos usurfruir desse direito que conquistamos (será mesmo?) a custa de muitas batalhas, protestos, guerras.
ResponderExcluirApesar de muitos não concordarem, nossa juventude tem senso crítico, porém não sabe o que colocar em prática o que sente.
Feliz dia dos jornalistas, André!!!
ResponderExcluirEntão, sobre os comentários anteriores, não acho que tenhamos liberdade! Em relação a ditadura, até acredito que sejamos mais livres, mas liberdade mesmo não existe. =/
ResponderExcluirQuanto ao post, a data em que você escreveu só serve pra mostrar como as coisas não mudam nessa país de "liberdade"!
E sim, os revolucionários de antes são os carrascos de hoje!
Vide políticos atuais!